Glaucoma____________________________

 

Glaucoma não é uma doença única, mas sim, um grupo de doenças que resultam na lesão no nervo óptico, o responsável por levar os estímulos visuais captados pelos olhos até o cérebro. Com o nervo óptico lesado, as imagens captadas pelos olhos não chegam cérebro e o resultado é a cegueira.

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. A cegueira pela catarata é mais comum que pelo glaucoma, mas ela é uma causa de cegueira reversível.

A cegueira causada pelo glaucoma costuma ocorrer de modo lento e de fora para dentro, ou seja, acomete primeiro o campo de visão periférico e progressivamente vai se tornando mais central, como na ilustração ao lado. Às vezes, o processo de perda de visão é tão gradual que o paciente só nota estar ficando cego em fases avançadas do glaucoma.

O que causa o glaucoma?

GlaucomaUm aumento da pressão intra-ocular (dentro dos olhos) é a principal causa de glaucoma, porém, não é a única. Existem casos de glaucoma onde a pressão intra-ocular encontra-se normal.

Vamos entender o que é a pressão intra-ocular. Acompanhe a figura ao lado.

Entre a córnea e o cristalino existe uma cavidade que é preenchida com um líquido, chamado de humor aquoso. O humor aquoso é constantemente produzido e drenado, de modo que o seu volume e pressão mantém-se sempre mais ou menos constantes.
 

humor aquoso e glaucoma
Glaucoma
Quando ocorre algum distúrbio neste ciclo, seja por aumento da produção do humor aquoso, ou por uma diminuição da sua drenagem, o aumento de líquido nesta cavidade causa uma aumento da pressão dentro dos olhos.

A pressão intra-ocular normal varia entre 8 e 21 mmHg. Quando esta se torna maior que 21 mmHg, começa a haver risco de lesão do nervo óptico. O problema do glaucoma é o fato deste ser uma doença silenciosa já que o simples aumento da pressão intra-ocular não é capaz de causar nenhum sintoma. Dor nos olhos só costuma ocorrer quando a pressão já está altíssima, normalmente acima dos 40 mmHg.

Qual a diferença entre glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado?

O humor aquoso que circula na cavidade anterior do olho é drenado constantemente através de um tecido poroso, parecido com uma peneira, chamado de malha trabecular.

O glaucoma de ângulo fechado ocorre quando há uma obstrução física à malha trabecular e, consequentemente, à drenagem deste líquido. No glaucoma de ângulo aberto a malha trabecular está livre de obstruções, porém, sua capacidade de drenagem está reduzida.

Para facilitar o entendimento, imagine a malha trabecular como o ralo da pia e a água da torneira aberta como a produção de novo humor aquoso. O glaucoma de ângulo fechado é semelhante ao que ocorre quando subitamente colocamos uma tampa no ralo e impedimos por completo a drenagem da água. Já o glaucoma de ângulo aberto seria aquele caso em que a abertura do ralo está livre, mas há algum grau de entupimento dos canos impedindo a drenagem completa da água, fazendo com está lentamente vá subindo de nível.
Glaucoma de ângulo aberto
Glaucoma de ângulo aberto
Glaucoma de ângulo fechado
Glaucoma de ângulo fechado
O glaucoma de ângulo fechado agudo (que ocorre subitamente) é uma emergência médica, pois a pressão intra-ocular sobe rapidamente, e em questão de horas, o nervo óptico pode ser destruído, levando a perda irreversível da visão.

Os principais sintomas do glaucoma de ângulo fechado agudo são:
- Forte dor nos olhos
- Náuseas e vômitos
- Visão borrada
- Olhos vermelhos
- Diminuição da visão, perincipalmente se há baixa luminosidade.

O glaucoma de ângulo fechado também pode ocorrer de modo crônico, quando a obstrução da malha trabecular ocorre de modo progressivo. Neste caso a evolução é mais lenta, parecida com o glaucoma de ângulo aberto.

No glaucoma de ângulo aberto, como já dito, o quadro é insidioso, progredindo lentamente sem causar sintomas até fases avançadas da doença, quando o paciente nota estar perdendo a visão.

Fatores de risco para o glaucoma
  • Pressão intraocular elevada - A imensa maioria dos casos de glaucoma estão associados a hipertensão ocular, porém, por motivos ainda não bem esclarecidos, existem casos de lesão do nervo óptico mesmo com a pressão intraocular normal.
  • Raça negra - Não se sabe o porquê, mas negros têm de 6 a 8x mais chances de desenvolver glaucoma que brancos. Além disso, o glaucoma em negros também costuma ser mais grave.
  • Idade - Todo mundo com mais de 60 anos apresenta maior risco de desenvolver glaucoma. Negros devem começar a ter sua pressão ocular avaliada a partir dos 30 anos.
  • História familiar de glaucoma - Pessoas com parente de primeiro grau com glaucoma apresentam até 6x mais chances de também desenvolverem a doença.
  • Diabetes - Pacientes diabéticos parecem ter maior risco de desenvolverem glaucoma.
  • Uso crônico de corticóides.

Diagnóstico do glaucoma

Como se trata e uma doença silenciosa, somente uma avaliação com o oftalmologista é capaz de identificar o glaucoma em fases iniciais, o que é essencial para evitar lesões irreversíveis do nervo óptico. Durante a avaliação do glaucoma, o seu oftalmologista deverá realizar diversos testes diferentes para se chegar ao diagnóstico

Normalmente o primeiro exame realizado é a tonometria, usada para medir a pressão intra-ocular. Este exame deve ser feito rotineiramente em toda consulta com oftalmologista.

O exame de fundo de olho, ou fundoscopia, é realizado para se avaliar o nervo óptico. Do mesmo modo, a retinografia ou estereofoto de papila é um exame onde se obtém fotografias do nervo óptico para uma melhor avaliação e posterior comparação com futuros exames.

A campimetria é usada para avaliar se há defeitos no campo visual causados por lesão do nervo óptico.

A gonioscopia é o exame que distingue o glaucoma de ângulo aberto do glaucoma de ângulo fechado.

 

Tratamento do Glaucoma
 

O tratamento clínico, feito com colírios que baixem a pressão intraocular, é o inicial e deve ser mantido, sempre que possível.

Para a forma mais comum de glaucoma (ângulo aberto), há três tipos de tratamento:

- Medicação: colírios e comprimidos

- Laser

- Cirurgia de incisão

Medicação

Os medicamentos são eficazes na redução da pressão intraocular na maioria dos casos. Em geral, os colírios são bem aceitos pelo organismo, ao contrário das medicações via oral, que muitas vezes são mal toleradas e apresentam diversos efeitos colaterais. A medicação via oral é indicada aos pacientes que não tiveram a pressão diminuída com a utilização de colírios.

Nos casos em que apenas um medicamento ocular não produz o efeito esperado, é comum a combinação de vários remédios para diminuir a produção de líquido e aumentar a sua drenagem. No entanto, para que o oftalmologista chegue a essa conclusão, é necessário que o paciente se submeta a várias consultas.

A eficácia do tratamento com colírio depende da disciplina do paciente. Estudos comprovam que menos da metade dos pacientes com glaucoma utiliza as gotas de acordo com a recomendação médica. Nos casos em que os colírios não são suficientes para o controle da pressão intraocular são receitados comprimidos. A medicação via oral deve ser usada com muito critério, pois entre os diversos efeitos colaterais que podem causar está a perda de potássio. O paciente que faz uso de comprimidos deve aumentar o consumo de alimentos que contenham potássio, por exemplo, frutas secas, agrião, banana, cenoura crua, rabanete, tomate, batata, morango, carne magra, etc.

Laser

É um recurso utilizado quando o tratamento com colírio não produz o efeito desejado. No entanto, mesmo após a cirurgia, o paciente deve continuar a terapêutica com medicamentos. A técnica é aplicada para realizar pequenas queimaduras na rede trabecular, estimulando, dessa forma, o sistema de drenagem que está funcionando mal. A cirurgia pode ser feita no consultório, em apenas 15 ou 20 minutos. Trata-se de um procedimento relativamente indolor.

Cirurgias

O tratamento cirúrgico é deixado para última instância, pois, apesar da alta sofisticação das técnicas clínica e cirúrgica, a falta de êxito de um procedimento mais invasivo pode significar a perda total ou imediata da visão. Porém, ele não deve ser retardado demais, pois as lesões causadas por um tratamento clínico insuficiente são impossíveis de serem recuperadas. Discute-se a indicação mais precoce da cirurgia nos casos em que o paciente por problemas sociais, culturais ou econômicos, apresenta pouca fidelidade ao tratamento.

Cirurgia de incisão

É a última alternativa. A cirurgia para o glaucoma implica em criar um novo sistema de drenagem para o olho. O tipo mais comum é a trabeculectomia, uma cirurgia de filtração. O cirurgião faz um novo caminho por onde o humor aquoso vai sair do interior do olho, caminhando para um espaço sob a conjuntiva (ampola filtrante). Isso evita o represamento do humor aquoso dentro do olho evitando que a pressão intraocular atinja níveis que possam causar danos à visão.

A cirurgia de filtração do glaucoma pode resultar numa pressão intraocular muito reduzida. Frequentemente, os colírios deixam de ser necessários quando termina o processo de cicatrização.

Os resultados são positivos: mais de 75% dos pacientes passam a ter a pressão intraocular devidamente controlada.

Dica: Aplique compressa com água filtrada gelada para amenizar a vermelhidão.

 


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